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Nossa história em 15 segundos, rsrs

Paula é boliviana, veio a trabalho ao Brasil; nos conhecemos, fomos amigos por 6 meses até iniciamos o namoro, que durou nove meses, até noivarmos por 5 meses quando nos casamos no civil, por questões de documentos; no dia 13 de setembro nos casamos de fato e de verdade, moramos num apartamento lindo e aconchegante e estamos muito felizes; somos gratos ao Senhor Jesus por tantas bençãos!!!

 

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02 – No Rio de Janeiro (Parte A)

 

Segunda-feira, 24/09, amanheci no Rio de Janeiro; acredito que era umas 6h30 o horário em que o ônibus chegou na rodoviária. “Para onde irei?” – era o sentimento, pois o check-in no Albérgue era somente às 14h00 horas… eu planejei esperar ali mesmo na rodoviária, por questão de segurança! Mas apenas para saber o que fazer logo chegasse o horário, fui perguntar ao guarda onde ficava o terminal urbano.

 

Eis quando meus planos mudaram radicalmente!!!

 

Como eu disse no contexto no início do texto, o motivo para estar no Rio de Janeiro era o VI Congresso Internacional do INES, que iniciaria somente na quarta-feira, 26/09. Segunda e terça-feira eu queria conhecer o que fosse possível, mas principalmente a casa onde morou Cecília Meireles. O sentimento de desbravamento do novo me acompanhou até o último momento no Rio de Janeiro, sem contar, é claro, quando já me sentia em casa nos arredores do albérgue.

 

A mudança radical a que me referi acima tem haver com o exato momento em que abordei o guarda para pedir informação; havia um senhor próximo a ele, assim que o guarda me indicou onde era o terminal urbano, não pude deixar de reparar na vez do senhor fazer sua solicitação. Fez o sinal de telefone com as mãos sem sonorizar uma palavra.

 

“Você é surdo? Sabe sinais?” – perguntei em LIBRAS. “Sim, sou surdo. Você é ouvinte, pode me ajudar a telefonar para a tia da minha esposa”, ele respondeu. Eu não acreditava naquilo. A esposa, também surda, estava sentada o aguardando, conseguir algum ouvinte que entendesse o contexto e a solicitação deles: ligar para a tia avisando que estavam no Rio de Janeiro de passagem, pois viajaram de ônibus de Vitória-ES até ali e na manhã seguinte, do aeroporto, embarcariam para Porto Alegre-RS.

 

Inicialmente, ao identificá-lo como surdo, logo pensei que chegou com antecedência para o Congresso do INES, assim como eu. Quem convive com a Comunidade Surda sabe desse e outros fenômenos sociais que ocorrem entre eles; há aqueles que viajam por várias cidades, permanecem por uns dias vendendo mil futilidades, dormem em pensões, hotéis baratos ou na casa de amigos surdos; quando chegam pela primeira vez ou ainda não encontraram os surdos da cidade, quando encontram ouvintes que sabem língua de sinais, o primeiro pedido é: “Você pode ligar para minha casa (mãe, esposa, filhos etc) para avisar onde estou e que estou bem”; comigo isso já ocorreu três vezes contando com essa no Rio de Janeiro.

 

Acredito que a tecnologia do celular e das mensagens permitiu uma maior liberdade a esses sujeitos, que podem agora fazê-lo sem a intermediação de terceiros, desde que a parte a ser avisada, comunicada, tenha um celular também. Não era o caso da tia da Rogéria, esposa do Eulude, os surdos que conheci logo desembarquei na rodoviária do Rio de Janeiro naquela segunda-feira. Rogéria tinha três tios em três casas diferentes no Rio; dos dois telefones que eles mês passaram, nenhum atendeu.

 

Enquanto esperávamos para ligar novamente, conversamos bastante; inclusive, utilizando o celular da Rogéria e não o orelhão, liguei a cobrar para um dos filhos do casal, que tem dois e ambos são ouvintes, maiores de 18 anos. “Alô, fulano – não lembro o nome, meu nome é André, estou com seus pais aqui na rodoviária, eles pediram para avisar que chegaram bem ao Rio de Janeiro…”

 

Inacreditável, mas ainda na rodoviária, sem sucesso nas ligações com os parentes de Rogéria, chegou outro surdo, vindo do nordeste, este sim, para o Congresso do INES, mas ele disse que começaria naquela segunda-feira mesmo; eu disse que não, era só na quarta-feira. Descobri depois que era um evento do Grêmio Estudantil do INES, um evento interno, na segunda e terça-feira. Esse surdo partiu para o INES. Nós três continuamos ali na rodoviária.

 

“Vamos aproveitar e ir até o INES também” – sugeri. Através de um folheto com as linhas de ônibus e os bairros, embarcamos em um ônibus que nos levaria até Laranjeiras, bairro do belíssimo prédio do INES. Lembrando que a mala e a mochila faziam todo esse percurso também; parece óbvio, mas, ao citar essa presença, lembro meus leitores que andar de ônibus por uma cidade desconhecida, para um lugar que não se sabia ao certo, com uma mala e uma mochila ganha um fator exponencial de dificuldade; uma grande aventura, afinal das contas!

 

Descemos no ponto indicado por alguns passageiros do ônibus: eu, Eulude e esposa. Perguntei pela Rua das Laranjeiras, mais indicações; eis que chegamos na Rua das Laranjeiras e mais alguns quarteirões, eis que avistamos o imponente prédio do INES. Era indescritível a minha emoção! Emoção que foi aumentando cada vez mais ao adentrar os portões do INES e, logo, logo, estar tomando café, dialogando com funcionários, professores e alunos… Até participamos de uma palestra ministrada por um surdo, ex-aluno do INES, hoje instrutor de LIBRAS sobre a fundação do grêmio.

 

Como o casal ainda precisava encontrar um local para passar a noite, saímos do INES para almoçar, o que fizemos num restaurante que ficava na rua perpendicular à Rua das Laranjeiras, com uma escada de madeira um tanto íngreme que nos levava à sobreloja… um estilo rústico. Reparei, como bom observador (nem sempre, mas às vezes), que passavam muitos ônibus com o letreiro “Cosme Velho” que iam à direção contrária de onde havíamos descido inicialmente. “Deve ser para lá o bairro Cosme Velho” – logo deduzi (um tanto óbvio, mas tudo bem); antes, porém, precisava deixar meus novos amigos acomodados, localizar a minha parada e depois sair à procura da casa de Cecília Meireles; exatamente como fiz.

 

Carregando a mala e a mochila, seguimos pela Rua das Laranjeiras; Rogéria tinha certeza que uma de suas tias morava num prédio nessa mesma rua. Andamos muitos quarteirões no mesmo lado do prédio do INES, o direito. Até que chegamos num prédio que Rogéria afirmava ser aquele. Apertamos a campainha e, como se tratavam de dois surdos que usavam língua de sinais, eu fiz o papel de mediador. Perguntei pela tia. O porteiro respondeu que ela havia se mudado. Parecia coisa de novela! “Mas o senhor sabe dizer para onde ela se mudou?” – perguntei. Disse que era perto, num prédio por onde já havíamos passado. E fomos até o local indicado.

 

Mais uma vez questionei o porteiro sobre a tia – que não me recordo o nome agora… Sim, tem uma senhora com esse nome no 3º andar (se não me engano). Ufa! Pergunte a ela se tem uma sobrinha que se chama Rogéria, que é surda, diga que Rogéria e o esposo estão aqui embaixo, por favor. Sim, era a tia dela mesmo; ele abriu a porta e nos indicou o elevador. Subimos até o andar e o apartamento indicado.

 

Acredito que tão cedo não participarei de outra cena como essa que se passou, bem como de toda essa aventura, em pleno desconhecido Rio de Janeiro, primeiro dia de visita. As tias nos receberam até o hall de entrada; a que morava ali estava com a irmã porque havia feito há poucos dias uma operação de cataratas… e que logo precisariam sair para o retorno no médico… e como eles chegaram sem avisar… que ali eles não poderiam ficar… que haviam muitos hotéis em conta no Catete… que eu era um anjo na vida deles que apareceu para ajudá-los… deixei nome, celular, o telefone do albérgue… e tchau, muito obrigado! Aí encerrou meu contato ao vivo e a cores com o novo casal de amigos e suas peripécias; na Rua das Laranjeiras, nos despedimos; eu fui procurar o ônibus que me levaria à Rua Vinícius de Moraes e eles, o ônibus que os levasse ao Catete.

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01 – Em São Paulo

 

Amo a cidade de São Paulo! Desde 2003 quando fui para a gravação do CD “Quero me Apaixonar”, do Diante do Trono da Igreja Lagoinha, que ocorreu no Campo de Marte, voltei em julho de 2005 (passeio e prova na FENEIS), dezembro de 2005 (acompanhar minha irmã no Consulado Japonês), janeiro de 2006 (passeio), julho de 2006 (passeio), setembro de 2006 (prova da prefeitura de Guarulhos), janeiro de 2007 (PROLIBRAS), setembro de 2007 (IV SIBD) e recentemente, 08 de dezembro de 2007 (Casamento da Débora e Marcos).

 

 

 

Meus hospedeiros foram vários: Débora Correia (Jd. São João – Zona Leste), Adriana e Glauco (Liberdade – Centro), tia Maria, tio Hélio e Elaine (Capão Redondo – Zona Sul), Adriana Yanaguita e família (Itaquaquecetuba), com passagem pela Casa Verde (Zona Oeste) na casa da Priscila e Marcus. Muitíssimo obrigado a todos, pela hospedagem, alimentação, préstimos de guias turísticos, atenção e carinho!

 

A primeira vez que fui à casa da Adriana e Glauco, peguei o metrô na Barra Funda (linha Vermelha) e desci na Estação Liberdade (Linha Azul), era uma sexta-feira a noite, parecia que acabava de adentrar a um filme japonês antigo; descendo à rua meio escura, iluminada por aquelas lamparinas típicas, era surreal para mim.

 

Dessa vez cheguei à Liberdade às 6h50 da manhã de terça-feira (18/09). Ao subir as escadas do metrô e sair à rua, eis que vejo um grupo de “batchãs” e “ditchãs” (vovós e vovôs, em japonês), todos uniformizados, praticando “radio taisso” – uma ginástica, com movimentos leves, guiadas pelos comandos dados pelo rádio (uma gravação, claro); mais uma vez me senti em terras japonesas.

 

Aproveitei para entrar no Bradesco e fazer o depósito da minha reserva no Albergue que ficaria no Rio de Janeiro. Depois fui para o apartamento da Adriana e Glauco.

 

Na tarde dessa terça-feira ocorreu a abertura do IV SIBD; de metrô tudo é muito fácil; Estação Liberdade, linha azul, baldeação na Estação Ana Rosa ou Paraíso para a linha verde, Estação Clínicas, caminhar alguns quarteirões e pronto, já estava no Centro de Convenções Rebouças. Nas manhãs de quarta e quinta-feira o fluxo era muito grande no metrô; para mim, era tudo muito divertido, inclusive, um episódio na manhã de quarta-feira, uma jovem senhora disse para apertar mais para poder entrar; responderam que não dava de dentro do vagão; foi o suficiente, ela disse: – Ah, quer ver!; e empurrou as pessoas como se empurra um volume de roupas numa máquina cheia e entrou!!!

 

O Seminário foi muito proveitoso, aprendi muito. Palestras internacionais e pela segunda vez nesse ano, usei o fone para tradução simultânea (a primeira foi em março, em São Carlos, com duas palestras em inglês). Dessa vez teve alemão e inglês; um palestrante oscilava entre o inglês e o espanhol.

 

Depois do encerramento do evento na quinta-feira às 18h00, Charlene, Tatiane e eu nos encontraríamos na catraca do metrô Brigadeiro (combinado de paulistano), às 19h00. Eu cheguei primeiro e esperei; depois de alguns minutos vendo gente entrar, gente sair, gente sem fim, de todos os estilos, sozinhos, acompanhados, em bandos… Charlene chegou. Andamos um pouco pela Avenida Paulista enquanto esperávamos a Tatiane. Entrei novamente no Shopping Top Center, no qual se encontra o Consulado do Japão, onde estive com minha irmãzinha (agora dekassegui), em dezembro de 2005.

 

Quando a Tatiane chegou fomos primeiro procurar o shopping de produtos importados; Charlene queria comprar um MP4 e eu uma máquina digital, afinal iria para a cidade maravilhosa na semana seguinte. Entramos em um lugar com muitas bancas, uma ao lado da outra, repletas de chineses e descendentes, tanto que era raro ouvir o Português ali… Charlene é uma ótima pesquisadora – em todos os sentidos (ah, não posso deixar passar despercebido, ela carregava um livro sobre Metodologia); perguntou, questionou as opções e vantagens; era quase 20h00, o shopping precisava fechar. Charlene levou o MP4 e eu não levei nenhuma câmera. A vendedora – chinesa, fechou o negócio, nos despedimos, eu acrescentei um “che che” (“obrigado” em Chinês), a chinesa admirou-se e sorriu e devolveu o cumprimento, só não lembro se em Português ou Chinês. Meu vocabulário em Chinês se resume a duas palavras: “che che” e “pá páin sô” (palmas ou bater palmas), graças ao Glauco, pastor de uma Igreja Presbiteriana Chinesa. Inclusive, na penúltima vez em São Paulo, tive a oportunidade de participar de um culto nessa igreja. É bilíngüe, com tradução consecutiva Chinês-Português-Chinês; as Bíblias todas em Chinês ficam à disposição nos bancos. Eu fico em estado de êxtase só de imaginar que pessoas podem ler tudo aquilo!!!

 

Saímos pela única portinhola aberta do shopping “chinês”, agora, à procura de um lugar para comer. Dentre tantas opções, escolhemos o “Rei do Mate”, até por que eu não conhecia. Antes, porém, teve um momento nostálgico e antológico da história pessoal da Tatiane, que nos parou em frente ao Citi Bank. “Lembro como se fosse hoje, eu era bem pequena e meu pai me parou bem aqui e disse: ´Filha, veja aquela porta que abre e fecha sozinha´, eu fiquei admirada. Sempre que passo por aqui me lembro desse dia”. “Nossa, Tati, que lindo! Vou escrever sobre isso”, a idéia era registrar para ficar para a posteridade, esse momento em que uma recordação particular foi compartilhada com os amigos. Feito está, Tati!

 

Esse encontro serviu como uma despedida também; Tatiane estava com viagem marcada para a Espanha; um ano de especialização na área de Biblioteconomia com bolsa integral concedida pelo governo espanhol; nas palavras de Tati “Um milagre de Deus”, estava radiante!!

 

Já sentados e com nossos lanches e mates conversamos sobre a vida… estudo, trabalho, viagens, de outros amigos – só falamos bem, de outras pessoas – falamos bem e não tão bem também, rsrsrs!! Tiramos fotos na câmera da Tati, afinal, eu ainda estava sem uma. Ela me mandou algumas, antes de ir para a Espanha, em meados de outubro.

 

Na sexta-feira a tarde (21/09), a mala iniciou sua pior maratona. Depois de alguns dias instalada calmamente na sala do apartamento da Adriana e Glauco, aguçando a curiosidade e criatividade do meu amiguinho Davi. Da Liberdade, fui até a Estação Tietê, na Rodoviária comprar as passagens de ida e volta para o Rio de Janeiro; partiria à 0h00 do domingo (23/09). Até aqui tudo bem! Nada mais tranqüilo que andar de metrô com uma mala com alça e rodinhas. O calvário começou quando passei para o trem e muitas baldeações para chegar até o terminal urbano em Capão Redondo. A cada estação entravam mais e mais pessoas… eu só pensava de onde saía tanta gente!

 

Andei pela segunda vez na nova linha lilás do Metrô até a Estação Capão Redondo; estava tão atordoado, ao descer no terminal urbano, ainda faltava pegar o ônibus para chegar na casa da minha prima Elaine, onde passaria o final de semana. Eu acreditava estar no terminal Capelinha, mas estava no terminal Capão Redondo; fui até os pontos, perguntei, voltei, entrei na estação de metrô novamente e perguntei para o guarda… estava completamente desorientado, desde as 16h00 viajando de metrô, trem, metrô… eram 19h30… eu deixava o guarda com sua pouca educação, quando senti minha bolsa ser puxada! Não se assustem, não era um assalto… era minha prima Elaine, voltando do trabalho. INACREDITÁVEL!!! Que sensação maravilhosa… e outra surpresa, Elaine estava grávida. Não sabíamos desse “pequeno” detalhe aqui no interior. Elaine e Flávio são pais do Leonardo que agora esperam o nascimento da Mariana, provavelmente em meados de janeiro; estava de 5 meses.

 

Sexta a noite, sábado e domingo conversei bastante com a Elaine e Flávio, brinquei bastante com o Leonardo, ajudei-o a fazer a tarefa, Elaine me ensinou a lavar roupa – algo tão simples quando se usa a máquina, rsrsrs. Eles fazem planos para se mudarem para o interior; Elaine é formada e trabalha na área de recursos humanos, atualmente trabalha numa empresa multinacional. No domingo a tarde, poucas horas antes da minha partida para a Rodoviária Tietê, eu e Elaine assistimos um DVD pirata que tinham emprestado. Filme brasileiro ambientado no Rio de Janeiro e todo fenômeno social que ocorre em seus morros e favelas. “Nossa, Elaine, que animador você colocar esse filme; amanhã estarei lá no Rio…”, brinquei com ela.

 

Comentando esse episódio do filme, já no Rio de Janeiro, só então tive consciência que se tratava do hoje tão comentado “Tropa de Elite”; devia estar tão desantenado que nem sabia se tratar de um lançamento e já assistia a cópia pirata!

 

Para voltar à Rodoviária Tietê não precisei fazer aquele caminho de ônibus, trem e metrô da sexta-feira 21/09; como boa paulistana, minha prima facilitou minha ida. O ônibus para o Rio de Janeiro sairia somente à meia-noite, mas antes das 8 horas da noite me despedi e ela, juntamente com o Leonardo me levou até o ponto de ônibus; logo passou o “Jabaquara”, que uma hora depois chegaria à Estação de Metrô com mesmo nome, linha azul, a mesma linha da Estação Portuguesa-Tietê. Bastava então esperar o horário do ônibus.

 

Porém, “bastava” não foi exatamente o sentimento que me tomava, sentado naquela imensidão da Rodoviária Tietê; nem era essa grandiosidade que me assustava, afinal, lá possui um sistema muito interessante de publicidade, televisões de plasmas por todas as partes com propagandas diversas, horóscopo, mensagens, curiosidades, quiz show, etc… Algumas mensagens eram tão boas que me prontifiquei a anotá-las, por exemplo, esta:

 

’A amizade é uma alma que habita dois corpos e um coração que habita duas almas’ – Aristóteles, 22h40, Rodoviária Tietê, enquanto espero o ônibus da meia-noite para o Rio de Janeiro, André Luís” – escrevi em minha agenda, no exato dia 23/09, domingo.

 

O sentimento era de medo do novo, do desconhecido, do que me esperava pela frente… São Paulo, apesar de toda (má) fama e tudo o que vemos na TV, já não era mais apavorante, inclusive, fui para São Paulo numa das últimas peripécias do PCC, em julho de 2006. Mas eu estava ali, sozinho – quer dizer, com minha mala e minha mochila, esperando o ônibus que me levaria para o Rio de Janeiro, com todo o conceito e pré-conceito que possuía sobre a cidade, com as imagens do filme assistido naquela mesma tarde…

 

Antes comprei um suco natural de abacaxi, tomei todo e desci para a plataforma de embarque era 23h30. Acredito ter visto a atriz global Talma de Freitas nesse local, assim, sozinha, com mochila e  mala como eu… O ônibus chegou, embarcamos. Tudo era muito diferente do que estava acostumado, óbvio, era a primeira vez. A viagem duraria 6 horas, mochila a tira-cola, a mala no compartimento próprio do ônibus.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A mala que viajou 11 dias!

 

                        Prólogo

 

Na manhã do dia 17 de setembro de 2007, uma segunda-feira, minha mãe e eu fomos ao centro da cidade para, entre outros acessórios, comprar uma mala. Não tínhamos uma mala, principalmente uma que comportasse um número maior de roupas e pertences pessoais para uma viagem maior. As bolsas e mochilas que usei até então foram adequadas para viagens de três a seis dias.

 

Creio que bati o meu recorde de viagens nesse ano: em janeiro passei seis dias em São Paulo-SP; em março estive em São Carlos-SP, viagem de um dia; em junho foram dois dias em Florianópolis-SC; de 03 a 05 de agosto eu e Paula ficamos na casa do amado casal Cíntia e Yogi, em Presidente Prudente-SP; dias 17 e 18 também de agosto estive em Uberlândia-MG; em setembro, a viagem de 11 dias, sendo seis em São Paulo e cinco no Rio de Janeiro. Ainda teve a viagem para Sumaré-SP, de 1º a 04 de novembro. Viajei!!!

 

Cada viagem teve um porquê; fatos, acontecimentos, pessoas; tudo e todos muito importantes. A viagem para Uberlândia, por exemplo, foi registrada, muitas pessoas leram, comentaram e divulgaram o registro dessa aventura em terras mineiras.

 

Acredito que as circunstâncias que envolvem a viagem de 11 dias, fazem dela a minha maior aventura desse ano; portanto, registrarei momentos e acontecimentos especiais para que pessoas especiais possam de algum modo compartilhar essa alegria comigo.

 

O contexto

 

Parecia mais um quebra-cabeça de eventos, datas, locais e circunstâncias o mês de setembro que, ao término, resultou num belíssimo mosaico.

 

Em São Paulo, de 18 a 20 de setembro, eu participaria do IV Seminário Internacional de Bibliotecas Digitais Brasil (IV SIBD), promovido pela Universidade de São Paulo (USP); o artigo que submeti à Comissão Científica do evento foi aceito e o apresentaria na quarta-feira, dia 19.

 

Esse fato permitiu que recebesse um auxílio financeiro do programa de pós-graduação do qual faço parte para despesas com as passagens e inscrição do evento que, por ser internacional ultrapassava dois dígitos. Nos dias desse evento fiquei no bairro da Liberdade, no lar doce lar de Adriana e Glauco, de mais fácil acesso ao Centro de Convenções Rebouças; como sempre, me receberam de braços abertos, muito hospitaleiros e zelosos. De público, quero registrar meus eternos agradecimentos por tão grande carinho.

 

De 21 a 23 de setembro passaria na casa da minha prima Elaine e Flávio, no extremo sul de São Paulo (Capão Redondo), de onde eu partiria direto para o Rio de Janeiro-RJ, chegando no dia 24, com data de retorno para São Paulo marcada para 28 de setembro.

 

No Rio de Janeiro, mais que participar de um evento, eu estaria realizando um sonho de graduação: conhecer o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES); de 26 a 28 (quarta a sexta-feira) ocorreu o XII Seminário Nacional e o VI Congresso Internacional do INES, porém, no Hotel Intercontinental, em São Conrado. O  prédio do INES fica em Laranjeiras, porém, o modo como os fatos se deram, foi possível estar pessoalmente no INES também.

 

Fui para o Rio como uma missão muito importante além de participar do congresso do INES; dizia para mim mesmo e para quem quisesse ouvir: ainda que não conheça o Corcovado e nenhuma praia, preciso ir à casa onde morou Cecília Meireles, em Cosme Velho.

 

Do Rio, voltei para São Paulo, para só então, retornar à minha cidade amada, chegando no dia 29 de setembro. A mala eu não sei, mas eu não esquecerei esses 11 dias tão intensos e significativos.

 

(continua: 1 – Em São Paulo; 2 – No Rio de Janeiro; 3 – Encerrando…)

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“Para escrever um verso…”

 

"Para escrever um verso que seja, há que ter visto muitas cidades, muitos homens e muitas coisas; há de conhecer os animais, há que ter sentido o vôo dos pássaros e saber que movimentos fazem as flores ao abrirem-se de manhã, leves, brancas e adormecidas, voltando a fechar. Há que ter recordações de muitas noites de amor, todas diferentes, de gritos de mulheres com dor de parto e de parturientes. E ter estado junto a moribundos, e ao lado de um morto, com a janela aberta, pela qual chegavam, de vez em quando, os ruídos do exterior. E tampouco basta ter recordações. Há que saber esquecê-las quando são muitas, e há que ter a imensa paciência de esperar que voltem. Porque as recordações não servem. Tem que converter-se em sangue, olhar, gesto; e quando já não tem nome, nem se distinguem de nós próprios, então pode acontecer que a certa altura, brote a primeira palavra de um verso." (Rilke)

 

Este trecho foi retirado do livro "Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer a arte" – Miriam Celeste Martins, Gisa Picosque e M. Terezinha Telles Guerra. São Paulo: FTD, 1998, p. 188; que por sua vez, foi retirado do livro "Teoria da inteligência criadora", – J. Antonio Marina. Lisboa: Caminho, 1995, p. 216-17).

 

J. Antonio provavelmente leu em algum livro de Rilke… fui presentado com o livro "A Língua  do Mundo" pela Priscila Mendonça Fernandes em julho de 2005… Mas li este trecho somente em junho de 2006…

 

Por isso este Blog está dedicado aos "Fragmentos"… este fragmento de Rilke é fabuloso; sempre fui ciente da dificuldade de escrever qualquer coisa que seja; poema então, nem se diz; mas Rilke é mais profundo… é preciso viver fatos, ter experiências, para escrever a primeira palavra sobre esses fatos e experiências…

 

Dia 17 de outubro assisti a palestra de abertura do V Encontro Internacional de informação, Conhecimento e Ação, ministrada pelo Profº. Zeljco Loparic – Filósofo…

 

Eu me esforcei imensamente para acompanhar a palestra com conteúdo essencialmente filosófico. O professor usou um "hai-kai" para exemplificar sua fala. "Hai-kai" é um tipo de poema japonês – digo isso na minha ignorância, foi o que entendi, mas ainda irei pesquisar sobre… – o autor do hai-kai que o profº Loparic utilizou vivia como mendigo, não tinha casa… andava pelas montanhas, pelas ruas, dormia sob o brilho das estrelas… e só essa experiência o capacitava a escrever belíssimos "hai-kai"… Rapidamente, minhas conexões cerebrais fizeram associação com este trecho de Rilke!

 

Perfeito! Uma confirmação.

 

Sou da seguinte opinião: bastava a cada pessoa escrever um único livro e não um autor redigir vários… às vezes, e principalmente agora em tempos capitalistas, esses "escritorzinhos" preenchem páginas e mais páginas para ganhar dinheiro… não têem algo digno a dizer, é apenas mais um livro… Agora, se cada pesoa fosse incubida de escrever um único livro, e isso, quando se sentisse madura para… há certa altura da vida, saber e definir: "Agora posso escrever", quantos ricos livros teríamos para ler… Mas essa é minha singela opinião…

 

[…] então pode acontecer que a certa altura, brote a primeira palavra de um verso…!

 

Abraços.

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“A mala que viajou 11 dias”, Em Breve (Coming soon! Luego, luego!!)…

 
 
Em breve estarei divulgando as aventuras vividas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro entre os dias 18/09 e 29/09 deste ano.
 
Fui para São Paulo participar do IV Seminário Internacional de Bibliotecas Digitais Brasil, evento organizado pela USP;
 
No Rio de Janeiro fui realizar um sonho de graduação: conhecer o Instituto Nacional de Educação do Surdo e participar do Congresso promovido pelo instituto; pois participei da comemoração de 150 anos de fundação do INES e por tabela conheci a Cidade (realmente!!) Maravilhosa. Confiram no álbum de fotos (um pouco mais abaixo no lado esquerdo do monitor).
 
Como estava sem máquina em São Paulo, estou esperando os amigos enviarem as fotos que tiraram em suas respectivas câmeras. A Tatiane enviou algumas que tiramos no Rei do Mate na Avenida Paulista; eu, ela e a Charlene, com a ausência (justificada) da Débora!
 
Abraços a todos! Não esqueçam de comentar as postagens do blog…
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“Avventura in Uberlândia”

 

Tudo começou pelo e-mail que divulgou o I Colóquio Internacional Brasil – Itália  "A realidade educacional das pessoas com deficiências: cruzando experiências e ampliando saberes", na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

 

Quando o li, pensei: "Brasil, Itália, Educação Especial… Uberlândia é logo ali!!! Não poderei perder isso de forma alguma!"

 

Os dias do Colóquio foram se aproximando… eu não ganhei na Mega Sena, na Loteria ou qualquer outro jogo de azar (1º porque não jogo, 2º que não seria uma aventura se estivesse milionário)… Mas não passava pela minha mente "como ir?", eu estava certo que iria!

 

Assim foi! Aliás, fui!

 

Uma semana muito estressante: cursos, reuniões, compromissos… no dia da viagem por exemplo, estive na última ministração de Bob Fits, ministro de louvor americano; foi uma benção (dias 15 e 16 de agosto).

 

Carona com a Ínis no Gumercindo até em casa… cheguei às 23h00, o ônibus para Uberlândia estava marcado para 23h30… arrumei o restante da mochila às pressas, comi uma banana e meu pai me deixou na rodoviária às 23h20. 

 

Cassiana – que estava indo para Porto Ferreira ver a irmã, havia chegado minutos depois, ficamos conversando até meu ônibus chegar, somente 0h10. Cheguei no Terminal Rodoviário Tricon, em Uberlândia, às 6h30 na sexta-feira (17/08).

 

– Como faço para chegar na UFU? – perguntei numa loja de revistas.

 

– Pega o ônibus verde, ele vai até o terminal central, lá você pega o Parador, que pára em frente a UFU.

 

– Obrigado!

 

Saí da rodoviária e o que vejo?!

 

O ônibus verde parado. Fui até ele; algumas pessoas esperavam do lado de fora… logo o motorista abriu a porta e entramos. Partiu – segundo a informação recebida, para o Terminal Central.

 

Ao descer, fui andando sem saber se ia para o lugar certo. Perguntei para uma jovem senhora, que havia descido do mesmo ônibus no qual eu estava; lembro que ela havia feito uma brincadeira com a cobradora do ônibus ao passar pela roleta: "Vamos acordar, gente!".

 

– Qual ônibus devo pegar para ir até a UFU?

 

Ela, por sua vez, perguntou para a funcionária do Terminal Central. Estávamos ambos no local exato do ônibus. Esperamos alguns minutos e logo chegou. A jovem senhora subiu, eu subi, mas fiquei longe do cobrador… Saberia eu o lugar certo para descer?!

 

Mas, o sistema de ônibus circular em Uberlândia é nota 10, para começar paguei apenas R$ 1,90 (na minha cidade natal que tem 1/3 de habitantes e deve ser bem menor geograficamente, custa R$ 2,10); os ônibus têm portas nos dois lados e ao se aproximar dos pontos (que lembram os tubos de Curitiba, porém são retangulares em Uberlândia), abrem automaticamente; pessoas descem e sobem. As que subiram, já pagaram R$ 1,90 para o cobrador que fica no "ponto", ou descontaram valor idêntico do cartão.

 

O ônibus andou, parou, andou, parou… eu estava admirado com aquele sistema… mas ainda preocupado onde descer… Eis que vejo em letras garrafais: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA; sem titubear, me preparei para descer na próxima vez que o ônibus parasse e abrisse a porta automaticamente do "ponto". Desci e também desceu a jovem senhora que eu acompanhava (ou ela a mim, rsrs), desde o outro ônibus.

 

– Você trabalha aqui? – uma pergunta estranha, pois no Terminal Central ela também perguntou qual ônibus levaria até a UFU.

 

– Não, vim fazer um curso!

 

– Ah! Eu estou chegando de São Paulo agora… vim para participar do Colóquio Brasil – Itália.

 

– É o mesmo que vou participar!

 

– Sério?!

 

Incrível!!!

 

O foco deste relato não é o evento, que foi excelente; aprendi muito, de verdade, principalmente com os relatos dos professores da Itália; apresentações incríveis dos professores brasileiros também.

 

Na sexta-feira 17/08, logo na primeira parte da manhã percebi o movimento e a chegada de falantes do italiano… fui entender depois que são alunos do Master (como se fosse uma especialização). No primeiro intervalo, com café e pão de queijo (afinal, estava em Minas Gerais), resolvi: "Não viajei 7 horas para ficar eu cá e os italianos lá".

 

Aproximei de uma italiana – Rosa, e disse: "Io voglio mangiare con ‘ustedes’" (uma mistura de italiano com espanhol), ah, sem esquecer os "gestos" (comer – mangiare); logo Rosa chamou Stefania, com a qual conversei mais.

 

Na hora do almoço, voltei a me aproximar do grupo e logo Stefania que deu um ticket – que valia uma refeição no Restaurante Universitário da UFU. "No, no, no necessita!" – eu disse. Mas ela insistiu. Foi uma experiência muito legal; minha gana de falar italiano, porém, misturando espanhol, sinais da LIBRAS, gestos…

 

Stefania quis aprender alguns sinais; fez a soletração do seu nome no Alfabeto Manual; em contrapartida, aprendi algumas palavras em Italiano. Fiz outros amigos brasileiros, claro! Além da Ângela (a jovem senhora do ônibus), Sílvia (diretora da escola onde Ângela trabalha), Letícia (além de intérprete de LIBRAS, toca berrante e eu vi e ouvi ela tocar), Célia (aprendeu LIBRAS no Rio de Janeiro em um Instituto Batista e fez Oficina com o Pr. Marco Arriens, em 1990, como ela mesma disse, quando o Brasil ganhou a Copa em cima da Itália, aliás, quando o Baggio perdeu o pênalti, o pessoal da oficina assistiu do hotel).

 

Mas a aventura ainda estava por ganhar mais emoção!

 

Eu ainda não tinha lugar para dormir; meus planos eram, assim que acabasse a palestra da tarde, eu sairia pelos arredores da UFU procurando uma pensão. Mas no café da tarde (mais café e pão de queijo), a Sílvia (diretora da escola onde Ângela trabalha) me ofereceu lugar em sua casa. "Para retribuir o que fizeram comigo uma vez, num congresso que participei, há quinze anos atrás!".

 

Fantástico… Num intervalo, comendo pão de queijo, acabei de conhecer a Sílvia e já me ofereceu abrigo. Voltamos todos para o último período de palestras – sexta-feira a tarde; eu hiper feliz, com um lugar para dormir – Sílvia disse que morava perto da UFU. Tinha uma consulta médica para as 18h, perguntou se não me importava, "claro que não!".

 

As palestras atrasaram… eu estava alerta, assim, que a Sílvia levantasse para ir, eu sairia atrás. Ao se preparar para sair ela disse: "eu vou, mas eu volto"; "tudo bem" – respondi. As palestras, mais a apresentação da Letícia, intérprete de LIBRAS e berranteira (acho que é assim que se auto-denomina também) foram encerrar às 19h15.

 

Fui esperar a Sílvia na portaria da UFU, em frente ao "ponto" de ônibus que havia descido naquele mesmo dia, só que 7 horas da manhã. Estava muito cansado. Esperei, esperei, esperei… O vigia até veio me perguntar se eu estava esperando um casal com uma van. Respondi que não, que esperava uma mulher chamada Sílvia.

 

Decidi que às 20h45 voltaria ao plano original, ou seja, procurar uma pensão ao redor da UFU. A tradutora do evento (Italiano-Português-Italiano), Patrícia, foi super atenciosa; ela entrava e saia da UFU, ia para um orelhão e depois em outro; descobri que tentava ligar para um moto-táxi conhecido. Ela veio até mim e disse: "Estou preocupada com você! Se precisar, liga para mim, eu mando o moto-táxi, que é de minha confiança vir te pegar e você fica lá em casa"; me passou o número do celular e foi embora com o moto-táxi.

 

Adiantei-me em 5 minutos; 20h40 fui atrás de uma pensão. A primeira era na rua paralela à avenida da UFU; que lugar estranho, tudo apagado, apenas uma faixa escrito "pensão" e um cachorro que latia no quintal. Apertei a campanhia três vezes, esperei e ninguém me atendeu. Quando descia para ir até um hotel, cujo letreiro eu via da portaria da UFU, perguntei para umas moças se havia alguma pensão ali por perto.

 

"Em frente a UFU tem uma"; "Sério?" – o que fiz, voltei e fui procurar. Realmente, achei a pensão "Shalom", bati palma, nada. Liguei no telefone que aparecia no muro e a ligação não funcionava. "Não acredito!"; rumei novamente para o hotel San Diego, que eu estava crendo ser mais em conta que o Hotel Sanare, que ficava na mesma avenida da UFU, afinal, quanto mais distante da avenida e de um lugar tão importante… mais barato seria…

 

Depois de andar, andar e andar com minha mochila nas costas – parecendo uma tartaruga gigante… eis que vou me aproximando do Hotel San Diego… e o que vejo: outra grande avenida… e o hotel foi crescendo e quando cheguei diante da porta automática de vidro, não acreditava que estava entrando… e cheguei no balcão e a atendente veio me recepcionar… "Boa noite, quanto é a diária?", "Boa noite, a diária é R$ 149,00 mais 3%"; "3% do quê?" – na verdade não interessava do quê, eu não estava acreditando no que ouvia.

 

"Dos serviços de quarto!", "AH!", R$ 149,00, mais caro que as passagens de ida e volta – R$ 116,00" – pensei, "não posso gastar esse dinheiro" – continuei pensando… nem imagino quanto tempo durou estes pensamentos… A atendente disse: "É que este hotel é 5 estrelas"; "Pois é, fica em outra grande avenida… você saberia me dizer se o hotel na outra avenida é mais barato?" – eu não acreditava que estava fazendo aquela pergunta.

 

"O Sanare? Se for, deve ser uns R$ 20,00 mais barato!", "Ah tá, muito obrigado, se não for, eu volto… Tchau!"… Queria ser uma ema para enfiar minha cabeça num buraco! Também, saí decidido a entrar no Sanare e pedir um quarto, sem perguntar o valor da diária. Eu havia passado em frente e não era tão grande e imponente quanto o San Diego, mas era muito elegante; desconfiava que era o hotel onde o pessoal da Itália estava hospedado.

 

Chegando novamente à outra avenida – questão de uns quatro ou cindo grandes quarteirões de distância da outra avenida, logo em frente ao hotel os italianos já estavam de banho tomado e prontos para sair… alguns olharam para mim, me reconhecendo, e outros até cumprimentaram. Devem pensar que estou os seguindo – pensei eu comigo mesmo!

 

Fui direto ao balcão! "Um quarto, por favor", "Você já se hospedou aqui?", "Não", "Por favor, preencha esta ficha"… Imaginem meu estado, uma madrugada inteira de viagem, um dia inteiro de palestras, um começo de noite de andança e procura por pensão, com uma mochila nas costas… "Eu quero deixar pago, por favor", "Mas não precisa, senhor", "Prefiro", e tirei o cartão. "Débito"; só na hora de digitar a senha, é que vi o valor, R$ 65,00. "Ótimo – pensei – para quem fugiu de uma diária de R$ 149,00 está no lucro" – R$ 20,00 de diferença, hahaha!

 

Quarto 607, chamei o elevador, entrei, 6º andar. Entrei! Eu não acreditava, era tudo tão lindo, a cama de casal, o banheiro, toalha de banho e rosto, TV a cabo… Foi o melhor banho de toda minha vida, com direito a sabonete e shampoo de erva-doce. Bárbaro!

 

Pijama, uma cama gigante só para mim… liguei para a recepção e pedi um lanche, enquanto isso fazia um "zapping" na TV; quando o lanche chegou, abri o refrigerante Mineiro do frigobar e "jantei". Perfeito!

 

Mas o cansaço estava incontrolável… eu não acredito, estou num quarto de hotel fantástico, com TV a cabo e tenho que dormir por causa do cansaço. Mas assisti até o final um documentário assustador sobre o vulcão "Krakatoa" no Discovery Channel.

 

De manhã, tomei outro banho, arrumei minha "mala-mochila", desci para tomar café, tudo muito refinado! Voltei para o quarto apenas para pegar a mochila e fechar a diária. Mais R$ 8,90 (referente ao lanche e refrigerante da noite anterior) e voltei para a UFU. Cheguei 8h00 em ponto. A Ângela já estava lá esperando. Eu fiquei imaginando o que teria ocorrido com a Sílvia, havia me esquecido, foi um desencontro?!

 

Algo mais ocorreu… no intervalo do sábado, nos falamos, o carro dela quebrou, ligou para o namorado buscá-la, foi até o médico, voltou para a UFU de van com ele; pediu para o porteiro perguntar por mim. Mas o vigia não deu a informação completa quando me abordou perguntando se esperava um casal com uma van.

 

Cinco minutos depois eu sai para minha saga! rsrsrs

 

Sílvia ainda deixou seus telefones com o porteiro caso o "André" retornasse procurando por ela.

 

Minha visita a Uberlândia estava chegando ao fim e foi encerrada com chave de ouro, almocei na companhia do Paulo, instrutor surdo na cidade, evangélico, um dos participantes do Dicionário de Termos técnicos-científicos em LIBRAS da UNITRI, o qual o Ministério de Surdos da PIB comprou e ele autografou.

 

Muito agradável essa sensação, de ser recepcionado e conduzido por uma cidade desconhecida por surdos competentes como o Paulo e como ocorreu em Florianópolis com a Mariana. Paulo e eu nos despedimos perto das 14h00 no terminal central, onde eu pegaria o ônibus 100 ou 142 que me levaria até o Tricon – Terminal Rodoviário de Uberlândia.

 

Fui no 142 e ainda fiz amizade com Fátima, que mora em Londrina-Pr, mas que está em Uberlândia cuidando da mãe que sofreu uma queda; Fátima levava uma outra pessoa para a rodoviária de partida para a Bahia. Até 15h45 havia tempo, horário que meu ônibus partiria. Esperei na rodoviária, ainda escrevi algo na minha agenda enquanto esperava.

 

A aventura ainda não acabou… o ônibus todo enfeitado com grande adesivos da Festa de Peão de Barretos – chamativo que só ele, ainda parou duas vezes na estrada por falta de água no radiador, o que atrasou minha chegada em Marília. Meu pai foi me buscar na rodoviária já era 23h50.

 

Como a Patrícia – tradutora e professora de italiano disse no e-mail que me enviou, minha viagem foi uma aventura do começo ao fim.

 

Sem sombra de dúvida!!

 

Bacci a tutti!

  

 
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A vida segundo Emília

 

“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.

 
[…] A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.

– E depois que morre? – perguntou o Visconde.

 

– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

[Emília, em “Memórias da Emília”, de Monteiro Lobato]

 

Para uma boneca de pano, Emília foi  muito criativa e, ao mesmo tempo, profunda com esta definição da vida. Tive contato com este recorte de texto, a primeira vez, quando visitamos (eu, Débora e Andréia) o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz em São Paulo (julho de 2006). Exatamente, nesta última quarta-feira, 08/08/2007, adquiri o livro que contém este recorte, num "chaveiro-sebo" ou "sebo-chaveiro", como queiram. Há outras pérolas da bonequinha no livro. Perfeito!

 

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Música Multilíngue

 
A música foi entoada no congresso do "Evangelizando com Arte" (no mês de julho, em Pompéia-SP), pela Peteca, uma palhaça muito simpática, engraçada e abençoada. Se quiserem conhecer o trabalho dela, visitem o site: www.petecaecia.com
 
Ela cantou em Português; no final da apresentação Paula cantou em Espanhol, pedimos ajuda da Natália Prado que cantou em Inglês, cantamos em LIBRAS e depois traduzi para o Italiano e Francês com ajuda de dicionários, claro!
 
Vejam o resultado:

Português

Jesus, eu estou aqui,

Olha para mim,

Olha para mim,

Eu estou aqui!

 

Español

Jesus, yo estoy aqui,

Mira para mi,

Mira para mi,

Yo estoy aqui!

 

English

Jesus, I´m right here,

Look at me,

Look at me,

I´m right here!

 

Italiano

Gesù, io stato qui,

Vedere me,

Vedere me,

Io stato qui!

 

LIBRAS

JESUS, EU VIVER AQUI

VER-EU

VER-EU

EU VIVER AQUI

 

Français

Jésus, je me trouve ici,

regard à moi,
regard à moi,

Je me trouve ici!

 

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