A vida segundo Emília

 

“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.

 
[…] A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.

– E depois que morre? – perguntou o Visconde.

 

– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

[Emília, em “Memórias da Emília”, de Monteiro Lobato]

 

Para uma boneca de pano, Emília foi  muito criativa e, ao mesmo tempo, profunda com esta definição da vida. Tive contato com este recorte de texto, a primeira vez, quando visitamos (eu, Débora e Andréia) o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz em São Paulo (julho de 2006). Exatamente, nesta última quarta-feira, 08/08/2007, adquiri o livro que contém este recorte, num "chaveiro-sebo" ou "sebo-chaveiro", como queiram. Há outras pérolas da bonequinha no livro. Perfeito!

 

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